segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os presidentes e as reclamações

“Uma característica do processo político brasileiro é de que, como regra, todo presidente chega ao poder culpando o antecessor pelas dificuldades encontradas. Criticar o passado constitui saída fácil para quem se mostra em dificuldades para enfrentar o futuro. Há exceções, como no caso de Juscelino Kubitschek, mas é bom lembrar que Getúlio Vargas assumiu jogando farpas em Eurico Dutra. Depois,Café Filho prometeu exorcizar a era Vargas. Aliás, foi o primeiro mas não o último. Jânio Quadros disse o diabo de Juscelino, ainda que estrategicamente pelo rádio, sabendo que levaria um soco na cara se discursasse de corpo presente. João Goulart mandou rever a política econômica e social de Jânio, a quem acusava de desequilibrado.


Dos militares, é bom lembrar que o marechal Castello Branco escreveu ao filho dizendo-se síndico de uma massa falida. Costa e Silva, ao prometer humanizar o governo, atingiu Castello na moleira, ao tempo em que Garrastazu Médici meteu a faca na metade do governo Costa e Silva. Ernesto Geisel referia-se na intimidade de forma pejorativa aos tempos do “milagre brasileiro” de Médici, enquanto João Figueiredo deu o gelo em Geisel.

Com a democratização, mesmo cauteloso enquanto candidato, Tancredo Neves apelidava certos juristas do período militar de “jurilas”, metade gorilas. José Sarney não sossegou até reformar o ministério escolhido por Tancredo e foi ofendido por Fernando Collor, a ponto deste anunciar que mandaria prender aquele. Itamar Franco isolou completamente Fernando Collor, a quem acusava de pecar contra os dez mandamentos. Fernando Henrique, mesmo eleito por obra e graça de Itamar, jamais perdeu uma oportunidade de expô-lo ao ridículo. E quanto ao Lula, por longo tempo lembrou a “herança maldita” recebida do sociólogo.

Essas lembranças vem à tona por conta da impossibilidade técnica de Dilma Rousseff fazer o mesmo diante do antecessor. Ou não?”

Por Carlos Chagas

Será que só o grande JK, ficará sem reclamar do governo? Ah tirando a Dilma que se ganhar, só faltará estender um tapete vermelho para o barbudo. Um governo de qualidade não pode ficar reclamando do governo passado, tem que agir. Espero que o nosso próximo presidente ou presidenta, olhe para o futuro e não para o passado!

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